A quem possa interessar Revista Kuruma'tá, 27 de novembro de 202011 de março de 2021 Acontece que ela é baiana, de Feira de Santana! Conheci CARU no queridíssimo Festival Levada. De lá pra cá, em meio à pandemia, trocamos ideias, fizemos live e essa amizade assim se deu, com ela virando parceira aqui da Kuruma’tá, escrevendo lindamente pra gente. E a gente sempre ligado no seu talento, na sua música e sua gentileza de pessoa. Que coisa boa ter Caru por aqui. Brincamos que essa festa dela aqui é a Caruma’tá! Pois não! E hoje ela me chega com um poema, o poema A quem possa interessar. E pergunta: pode poema?! Pode sim, Caru. Tudo tem sido poesia. — Toinho Castro, editor da Kuruma’tá! Poema de CARU Eu sou baianaDe Feira de SantanaMas aqui, sou só,Sou só uma nordestina E quando digo sóNão é que eu ache poucoÉ que sempre é posto no mesmo sacoNuma prateleira bem lá de cima De redução à uma ficçãoDe Bacurau à Tieta do AgresteMesmo sendo quase do sertãoÉ da novela, o sotaque que me veste Ao seu olho:Sempre sofroOu sempre rioÉ terra só de marE nunca muito frio Mas te digo:Nem é só fazendaNem tem beira de rioÉ uma cidade cheia de problemaComo qualquer outro esquemaQue você ja viu Na família, simJá teve quem morreu de fomeMas se isso lá aconteceuFoi pra hoje eu dar meu nome A quem possa interessar. Foto: Nelson Oliveira A AfetoCaruCARUma’táDestaquesFeira de SantanaMemóriaPoesia