Já é uma felicidade receber textos no nosso inbox mágico, mas hoje a alegria é multiplicada por muitas, pois que recebemos um conto do amigo, parceiro de batalhas contra os moinhos de vento, o querido Daniel Rodas, bravíssimo editor da Revista Sucuru. Bem-vindo, amigo querido!
Texto de Daniel Rodas
Vergou-lhe o peito a ossatura gasta. Sob o sol-manhã. Pôs a mão na enxada e sentiu. Enfiada na pele a doçura da ida. Aquele canto trinado. Brindado de chuva. Duas noites atrás. Agora. Suor. Destrinchando a face. Entre rugas e rios. De lágrimas brota. O som. Sorriso engasgado. Ele vê a si. Já voando na bruma. Das folhas colhidas. Baraúna. Cuja sombra destece. Traço e laço. Os dedos que descem. Passo a passo. Em redor do peito. Prensando de leve. Sentindo na brisa. Qual vento leve. O calor que escapa. Ele sabe. A tapa. Que a vida lhe dá. Partindo. Sob os nós dos dedos. Parindo. O mistério do roxo. Crescendo. Onde as pernas fraquejam. Deitam no solo. E os olhos se fecham.
Sentenças gradativas. Enfim, a morte. Palmas!