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contra o desencanto

No futuro, Crosby morre

Revista Kuruma'tá, 21 de janeiro de 202321 de janeiro de 2023

Texto de Toinho Castro

Montagem de imagem do Google Street View com foto de Nasser

Eu e Roberval costumávamos ouvir David Crosby , naqueles discos, Crosby, Stills & Nash e Déjà vú, esse com Neil Young. Era essa coisa meio hippie que a gente adorava. Lembro que assistimos, não sei se juntos ou separadamente, Woodstock no Teatro do Parque, numa sessão épica. Crosby morre e é disso que recordo. Eu e Roberval ouvindo esses discos lá na Imbiribeira. Lembro do nosso amigo |Artur, que detestava toda “essa merda hippie”. A gente o amava, justamente por isso, porque ele não deixava por menos. Ouvíamos música no apartamento de Artur, o Sandinista, do Clash, que acabou nas minhas mãos, cheio de dedicatórias confusas… para acabar nas mãos de Pedro Siqueira, que não sabe da assombração que ronda o disco. Assombração de longas noites, de poesia e amizades e caminhos partidos, corações partidos. Agora mesmo Crosby toca aqui na vitrola, uma edição de Déjà vu, comprada por intermédio de outro amigo, o Leonardo Martins. Almost cut my hair, com todas aquelas guitarras e aqueles versos, meio bobos e belos…

When I finally get myself together
I’m going to get down in that sunny southern weather
And I’ll find a place inside to laugh
Separate the wheat from the chaff
I feel like I owe it To someone, yeah

Escuto e a Imbiribeira não volta. Não sei por onde anda artur, se vivo ou morto, pra me dizer pra parar de ouvir essa “merda hippie”. E o fato é que essas músicas me lembram Artur, o que é maravilhosamente irônico.

Da calçada na Monsenhor Tabosa, Toinho e Beval do passado me acenam, e estiram o dedo médio em minha direção, porque não precisam de mim como preciso deles. Porque logo mais chegarão Melque, Boca de Cabelo, Behind, Côio, Dipilique, que morreu, e Luisinho. Tipo, “foda-se, Toinho do futuro! No futuro Crosby morre!”.

PS. O amigo Fábio Fernandes sugeriu escrever um livro com o título No futuro, Crosby morre. Fica a dica pra vocês mesmo, Fábio, escreve esse livro!!

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