Por Diogo Mendes
Hoje, na Kuruma’tá, a gente recebe Diogo Mendes e sua crônica desses tempos contemporâneos, algorítmicos e robóticos. E o que será de nós? E o que será dos robôs?!
Diogo Mendes* é escritor e jornalista. Colabora para mídia brasileira e portuguesa. Tem lançado o livro de poemas, “emboloração”(2020) pela editora Chiado Books.
Fatalmente, somos uma espécie ultrapassada. Com o homem de Neandertal, aconteceu idêntico. Décadas ou séculos, tivermos sortes, tortuosos milênios, passando para as inteligências artificiais, abreviadas por IAs. Um conforto entre vizinhanças: o mesmo ocorrerá com elas, afinal toda Era tem seu começo, meio e fim. É difícil elaboração, que encabeçamos mais pro fim, menos pro começo, conquanto, como ninguém no meio, ignoramos todas as circunstâncias.
Já existem pela robótica e pelo algoritmo, equipamentos do dia a dia, âncoras de telejornais, animais de estimação, assistentes pessoais, atendentes operacionais, inclusive celebridade robótica que ameaça – em piada, mas ameaça – a humanidade. Estudos empenham para as navegações do espaço, seguranças das cidades e dos países, armas de guerras, outros estresses, protótipos para o mercado de sexo e por aí vai. Enquanto várias grandes máquinas inteligentes sabem, tudo que fazemos, até mesmo antes da escrita dessa urgente crônica.
A humanidade teve sua(s) chance(s). Fizemos coisas das mais sublimes e das mais horríveis. Erguemos muros e derrubamos ditadores. Concebemos conhecimentos transcendentais e religiões preconceituosas. Das artes, ampliamos nossa sensibilidade das mais diferentes maneiras. Das ciências, achamos maneiras de viver uma vida mais agradável, do prolongamento ao cotidiano. Das filosofias, aumentamos repertórios de dúvidas, como seres existenciais, não bloqueios, apenas citando algumas direções. Encontramos as mais diferentes substâncias extraídas da terra para nos ajudar na “civilização”. Afastamos do homem das cavernas, até os dias de hoje, embora algumas vezes, comportamos com a velha atrocidade.
Mesmo sem chacras, as inteligências artificiais, que tiverem autonomia, poderão ora farão seus poemas, romances, peças de teatro, porque não, crônicas?, etc. Próprios gêneros artísticos, como grandes medalhões. Tais figuras da escrita, a propósito rebelarão pelo status cool em cada período – muita coragem, muito interesse, coisas da antiga espécie – assim invenções de obras literárias. Mistura de esperanto com criptografia; tendo meio de mídia de alta produção que usa do textual, e que será unificado neste idioma, desses novos habitantes do planeta. Futuros sucedimentos, também nossos robôs escritores, tenham dores nas costas.