Texto de Eduardo Maciel —
Olá, kurumateires, tutupom?
Então, primeiramente preciso dizer que esse texto não é distópico ou apocalíptico. É um texto de constatação e esperança.
Quando eu era adolescente (anos luz no pretérito menos que perfeito), costumava dizer que era desses que achava que o mundo estaria acabando. Nessa altura, pensava na decadência do humano no ser, só pra usar o binômio. As pessoas cada vez mais encrudescidas, por si mesmas e pela cauda do cometa tecnologia. E isso me entristecia, porque percebi uma alteração da frequência do afeto, que nos alimenta por dentro. E por falar nisso, comecei também a perceber as tantas pessoas não alimentadas, por falta de comida no prato mesmo ante a desídia do poder estabelecido.
E eu tinha esperança de poder contribuir para um futuro melhor. Tenho tentado.
Mas sobre tudo o que eu enxergava lá atras, continuo a ver a situação bem ruim, agravada agora pela aparente cegueira coletiva quanto à voz da Natureza, ou a voz do Universo, como prefiro definir.
A gente tem a ideia do Universo, geralmente, de forma bem distante e etérea, mas existem leis infalíveis que o regem. E o Universo se comunica conosco.
Eventos climáticos extremos não são mais uma exceção. Viraram regra. Isso, minha gente, é o Universo gritando pra nós que chegou a hora de ele começar a revidar. Não por vingança ou subjetividade, mas como consequência de uma série de regras lógicas, amparadas pela Ciência, acompanhadas pelas omissões e desídia das pessoas: aquelas, encrudescidas, lembram? Dentre elas se ergue o poder.
E como tudo na vida, cada coisa tem o seu tempo, cada movimento tem seu ciclo, e já podemos imaginar o que nos vai acontecer daqui a bem pouco: vôos não serão mais uma opção, as águas vão subir, o calor será inimaginável, genomas inteiros serão perdidos e, quem sobreviver, em sua maioria vai estar existindo nas ruas no modo sobrevivência. E os demais, vão se recolher em seus arranha-céus, permanentemente encrudescidos e cada vez mais surfando a onda da tecnologia que lhes garante isolamento, enquanto observam (muitas vezes ingenuamente apenas entristecidas) enquanto vemos em todo canto o fim do mundo sendo transmitido via streaming pra dentro da bolha dos arranha-céus. Não acredito que as pessoas sejam ingênuas assim, a ponto de não perceberem ou não darem aos fatos a devida significância e o devido significado. Fico pasmo, de verdade. E nessa renovação madura da premissa adolescente de que o mundo está mesmo acabando, percebo-me a precisar me contradizer. De propósito!
Esse texto não é um texto de constatação e esperança. Infelizmente, é um texto distópico e apocalíptico. Até quando? Essa é a reflexão que lhes convido a fazer.
Fiquem bem, fiquem com saúde. Até mais!